Consórcio Intermunicipal de Saúde da Região Sudeste - Juiz de Fora/MG

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NEP REALIZA CAPACITAÇÃO DE PROFISSIONAIS PARA URGÊNCIAS OBSTÉTRICAS E REANIMAÇÃO NEONATAL

Início de semana com muito aprendizado no Cisdeste/SAMU. Foram 3 dias de curso, intercalados entre manhã e tarde, sempre às segundas-feiras e contou com participação de 80 profissionais distribuídos entre médicos, enfermeiros, técnicos de enfermagem e condutor socorrista. Na pauta, urgências obstétricas e reanimação neonatal. Foram utilizados manequins específicos para parto, que simulam contrações e que possuem fetos que podem ser manipulados em posições diferentes. O parto é realizado com as características similares ao de uma situação real.

(Adilson dos Santos Cruz – Instrutor do Nep)

O instrutor do Nep –  Núcleo de Educação Permanente do Cisdeste/SAMU, Adilson dos Santos Cruz, ressaltou os temas abordados: Parto Cefálico, que permite o nascimento de cabeça por meio do canal vaginal e também quando o bebê permanece sentado. E o conhecido como Parto Pélvico, que segundo ele é um procedimento com nível mais arriscado e que exige mais dos profissionais da urgência e emergência. Adilson destacou ainda que os cuidados com as mães devem ser redobrados, já que a tendência é que a atenção seja voltada quase que exclusivamente ao bebê. Para ele, a mãe precisa de ser avaliada constantemente. O instrutor aponta ainda, as técnicas pós-parto, “ assim que nasce o bebê, os profissionais devem observar se a criança está evoluindo, se apresenta Tônus Muscular (estado de tensão elástica, contração ligeira que apresenta o músculo em repouso, e que lhe permite iniciar a contração rapidamente após o impulso dos centros nervosos. Num estado de relaxamento completo, sem tônus, o músculo levaria mais tempo a iniciar a contração) e caso não o apresente é necessário realizar o procedimento de reanimação do bebê, sempre observando se há secreção para evitar engasgo e caso haja, realizar aspiração. Outro ponto é sempre observar as condições de saúde da mãe antes e depois do parto, isto é muito importante”. – Enfatizou.

(Halbericon de Andrade Oliveira – Condutor Socorrista)

O Condutor Socorrista Halbericon de Andrade Oliveira que está participando do curso, acredita que os números de ocorrências obstétricas são altos, principalmente em Juiz de Fora, e por conta disto as equipes devem estar em estado de alerta máximo o tempo todo. “ – Em 3 situações em que me deparei com mães em trabalho de parto foi de extrema importância a capacitação oferecida pelo SAMU” – pontuou.

(Priscila de Oliveira Nascimento – Enfermeira)

A enfermeira Priscila de Oliveira Nascimento se emociona ao recordar de um atendimento realizado em que a mamãe nem chegou a entrar na ambulância, e teve o parto em casa mesmo, com o auxílio dos profissionais do Cisdeste/SAMU: “ – Nós chegamos no local do atendimento, a paciente já estava em trabalho de parto, só deu tempo de pegar os materiais e a criança nasceu. Foram um condutor socorrista, um médico e eu, fizemos a assistência à mãe, o Clampeamento do Cordão Umbilical e em seguida levamos a mãe e bebê ao hospital para dar sequência no atendimento. Foi muito emocionante para mim e é uma ocorrência que me marcou muito porque eu tinha acabado de voltar ao trabalho após licença maternidade, os dois chegaram bem ao hospital, deu tudo certo. Foi muito emocionante! – declarou.

A capacitação dos profissionais do Cisdeste/SAMU é constante, como também o acompanhamento dos profissionais durante os atendimentos às ocorrências. Foram convidados a participar deste treinamento, os colaboradores do Cisdeste/SAMU, em todas as bases descentralizadas que dão cobertura aos 94 municípios consorciados.

Em 2017, o Cisdeste/SAMU atendeu a uma ocorrência em que uma mulher grávida de 9 meses foi assassinada à tiros no Bairro Santa Terezinha.

Na ocasião, o médico que atendeu a ocorrência, Helton Forastieri Filho de 31 anos, ressaltou o apoio de todos os profissionais envolvidos na tentativa de salvar a criança, em especial a enfermeira Luana Lopes.  “Tivemos a informação de que a mulher estava com 39 semanas de gestação e tivemos que tomar uma decisão rápida. Eu tive que ter um pouco de calma e sangue frio, afinal, não sou obstetra e sim clínico-geral, nunca havia vivido este tipo de situação em cinco anos em que trabalho no Samu. Mas fui encorajado pela enfermeira que estava acompanhando o nosso trabalho e nos auxiliou bastante”. O médico detalhou ainda que, com a decisão tomada, os outros integrantes da equipe fizeram massagem cardíaca na mãe para manter a circulação sanguínea ativa, enquanto ele realizava o parto, pois o bebê já estava em posição de nascimento. “Foi um momento de muita tensão, pois o local era muito ruim, sem iluminação. Um policial teve que ficar segurando uma lanterna enquanto realizávamos o parto. Mas no final deu tudo certo, fizemos uma massagem cardíaca no bebê e vimos que estava tudo bem com ele.”
Além do médico Helton e da enfermeira Luana, fizeram parte da equipe do Samu que realizou o parto da criança a acadêmica de medicina Lorena Galdino e o condutor Antônio Ferreira. (Arquivo)